terça-feira, 15 de maio de 2012

Candidato petista sai dia 3, com ou sem Cid

Independentemente de qual seja a posição do governador Cid Gomes (PSB) sobre a sucessão em Fortaleza, o PT deverá decidir o nome do seu candidato à Prefeitura da Capital no próximo dia 3 de junho. A prefeita Luizianne Lins, presidente estadual do PT, afirma que ainda aguarda uma conversa com Cid para tratar da aliança com o PSB, mas informa que há um prazo da direção nacional petista para a definição das candidaturas que se esgota no dia 6 de junho e precisa ser cumprido.
O encontro dos delegados do PT estava marcado para o dia 20 de maio, mas foi adiado para que a sigla tivesse mais tempo para tentar dialogar com os aliados. "No dia 3 de junho, vamos reunir os delegados que vão votar no nome do PT. Por respeito à aliança com Cid, prorrogamos essa data, mas a direção nacional tem um prazo que se esgota no dia 6", afirma Luizianne.

Conforme a prefeita, o secretário de educação, Elmano de Freitas, ainda não está como candidato do PT à prefeito de Fortaleza porque a decisão sobre o nome só será tomada oficialmente no evento do dia 3 de junho, mas destaca que Elmano tem mais de 70% dos votos válidos do partido. Questionada se mesmo assim o nome do candidato ainda seria negociável, Luizianne respondeu que tudo pode ser discutido entre as siglas, mas que não é de bom tom o PT interferir em um encontro legítimo sem uma forte justificativa.

Rejeição
Sobre a pesquisa encomendada pelo PSB ao Ibope para analisar o cenário político na Capital, a prefeita Luizianne disse ter estranhado sua alta rejeição nesta consulta, quando o mesmo instituto mostrou uma avaliação positiva de sua administração em janeiro deste ano. Segundo a pesquisa encomendada pelo PSB, 32% dos entrevistados classificaram o Governo municipal como regular e 48% disseram que a administração de Luizianne é ruim ou péssima.

"Nós tínhamos 30% de ótimo e bom e 35% de regular. É esquisito você chegar três meses depois sem nenhum desgaste e ter uma redução de aprovação e um crescimento desse na rejeição", afirma a prefeita. Segundo ela, o relatório do Ibope divulgado em janeiro deste ano avaliou sete capitais brasileiras, e Fortaleza estava em 4º lugar em aprovação da gestão. "Essa pesquisa é do Ibope e não foi encomendada por ninguém", diz a prefeita.

Conforme Luizianne, uma pesquisa encomendada por um partido político já a coloca em grau de suspeição. "Deu alguma coisa ruim pra quem contratou?", questiona. Ela disse ainda que é possível fazer diversas leituras sobre a pesquisa e cada um faz essa avaliação como quiser.

Leitura
"Na pesquisa do PSB, o mais rejeitado é o candidato do PSOL, seguido pelos nomes do PSDB, DEM, PCdoB. E tem empatados dois do PT e um do PDT nas menores rejeições. O mais desconhecido é o do PT, isso significa que esse candidato tem um potencial de crescimento muito grande em relação aos outros que já são conhecidos. Então, você faz a leitura da pesquisa como quiser", declara a prefeita, se referindo a Elmano como o candidato do seu partido.

Indagada se não seria o momento de o PT definir logo o seu candidato para trabalhar o nome, Luizianne disse que a propaganda eleitoral vem justamente para viabilizar que a população conheça o candidato. "Mais do que em pesquisa eu acredito é no povo. E tenho certeza que o povo vai ter a clareza pra saber o que ele quer, se é a elite ou uma administração comprometida com os mais pobres", declarou.

Ao comentar a pesquisa do PSB, o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) chegou a afirmar, em entrevista à TV Diário, que a população fortalezense não quer conchavo político. Luizianne avaliou a declaração como uma leitura completamente equivocada e defendeu que aliança política não é conchavo. Para ela, Ciro disse isso porque é contra uma aliança com o PT. "Ficar dizendo que aliança política é conchavo é oportunismo eleitoral", declarou a prefeita.

Ela ainda acrescentou: "Em 2004, Ciro apoiou Inácio. Nós ganhamos. Em 2008, apoiou Patrícia. Nós ganhamos". Para a prefeita Luizianne, é preciso deixar que a população e os partidos decidam e discutam os rumos da eleição na Capital.

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