Por: Roberta Farias
A novela que traz o enredo rompimento entre PT e PSB parece não ter fim. Mesmo com a concretização da quebra da aliança na sucessão eleitoral em Fortaleza, as consequências desta separação têm criado certas situações incômodas para ambas as partes.
Durante uma reunião do Diretório Nacional do PT, o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, proferiu duras críticas a Eduardo Campos – presidente nacional do PSB e atual governador de Pernambuco – chegando a atingir o governador Cid Gomes (PSB).
Em Pernambuco, Campos foi acusado de apunhalar o padrinho político ao sacramentar aliança com o PMDB, de Jarbas Vasconcelos, contra os petistas na capital. Em contrapartida, existe a possibilidade do ex-presidente Lula de participar ativamente do pleito eleitoral em Pernambuco, em oposição a Eduardo Campos.
Em Fortaleza, a história pode não ser diferente. O PT não esconde a real vontade de emplacar Lula no palanque do pré-candidato petista Elmano Freitas, escolhido pela prefeita de Fortaleza Luizianne Lins.
O presidente do PT citou a divergência com Cid. "O PSB em Fortaleza rompeu a frente conosco por preferir uma candidatura que, a meu ver, não unifica".
Leia, na íntegra, a matéria da Folha de São Paulo:
Disputa em Recife opõe PT a Eduardo Campos
Governador leva PMDB para frente contra PT, que ameaça recorrer a Lula para dar o troco
A disputa pela Prefeitura de Recife acirrou ontem a crise entre o PT e o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Aliado histórico do ex-presidente Lula, Campos foi acusado, durante reunião do Diretório Nacional do PT, de apunhalar o padrinho político ao sacramentar aliança com o PMDB, de Jarbas Vasconcelos, contra os petistas na capital. Irritado, o PT ameaça dar o troco, com a participação de Lula em Pernambuco contra Campos.
Há 12 anos, o PT administra Recife em aliança com o PSB. Para este ano, no entanto, Campos reuniu 15 partidos em apoio ao candidato do PSB, Geraldo Júlio, isolando o PT.
Presidente nacional do PT, o deputado Rui Falcão afirmou que Campos "adotou uma postura contraditória com que vinha ocorrendo em Recife até agora" e tenta se afirmar em cima do PT.
"Depois das eleições municipais, vamos ver como vai ser o caminho para 2014", afirmou Falcão.
"Depois das eleições municipais, vamos ver como vai ser o caminho para 2014", afirmou Falcão.
O presidente do PT citou ainda a divergência com o governador do Ceará, Cid Gomes, também do PSB. "O PSB em Fortaleza rompeu a frente conosco por preferir uma candidatura que, a meu ver, não unifica. Em Pernambuco, a mesma coisa".
Questionado se esse é indício de que Campos pretende concorrer à Presidência, Falcão afirmou: "É indício que eles querem se afirmar em alguns lugares, principalmente no Nordeste, em cima do PT".
Outros dirigentes do PT também reclamaram: o secretário de Comunicação do partido, André Vargas (PR), lembrou que Jarbas é um dos maiores desafetos de Lula. "Tem uma hora que a esperteza come o dono", disse.
CANDIDATURA
O diretório do PT negou, por 49 votos a 19, recurso do prefeito João da Costa para disputar a reeleição em Recife e confirmou a indicação do senador Humberto Costa. Em seu discurso, Costa disse que Lula contava com apoio de Campos à sua candidatura.
O próprio Humberto contou ter conversado três vezes ao telefone com o governador, que teria dito a Lula que não faria objeção à escolha de seu nome.
O próprio Humberto contou ter conversado três vezes ao telefone com o governador, que teria dito a Lula que não faria objeção à escolha de seu nome.
Segundo participantes da reunião, Humberto pediu a participação intensa de Lula e da presidente Dilma Rousseff e condicionou a sua candidatura a aporte financeiro. Procurado, ele negou ter feito a exigência.
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